domingo, 22 de setembro de 2013

St Maarten, um belo destino para você mergulhar

Caros amigos,

Hoje meu post é para falar de um belo lugar no meio do Caribe, trata-se da ilha de St. Maarten ou Saint Martin. A ilha foi meu primeiro destino oficial para mergulho em águas internacionais. Em breve, vocês terão a oportunidade de ler mais posts sobre esta aventura. Hoje falarei de forma mais geral sobre este paraíso Caribenho.

Uma curiosidade muito interessante sobre a ilha é que um lado dela pertencia a Holanda e o outro ainda está sob o comando da França. O lado holandês já é muito americanizado, a moeda local é dólar, enquanto que no outro tudo roda em torno do Euro.

No campo do mergulho, o lado holandês é o que oferece o maior número de pontos, ao todo são 17 locais para você cair nas lindas águas azuis, com visibilidade podendo chegar aos 50 metros. Já o lado francês oferece 03 pontos, sendo 02 em uma ilha (Pinel Island) à uma boa distância St Maarten. O destino ainda é muito pouco difundido entre os brasileiros, e mesmo tendo visto pelo menos cerca de 10 operadoras, todas PADI, as operações ainda são muito pouco exploradas. Um dos pontos que eu acredito que precisam evoluir neste mercado, é copiar o esquema feito nas ilhas ABC (Aruba, Bonaire, Curaçao), onde você pode fechar pacotes de mergulhos e cilindros ilimitados, possibilitando você cair na água pela praia mesmo, sem uma embarcação. Ou seja, temos um parque de diversões para explorar. Logo, eis-me aqui como um novo embaixador deste lindo e encantador lugar.

Para ir pegamos um vôo em Guarulhos pela Copa Airlines, com conexão na Cidade do Panamá. Ao todo a viagem dura cerca de 8 horas. Alugamos um carro, um i10 da Hyundai, automático. Um bom automóvel, pois não dá para ficar circulando com táxi por toda a ilha. Ficamos hospedados no hotel The Westin, na praia de Dawn Beach, uma praia reservada, e muito próxima da fronteira com o lado francês. O hotel é um 04 estrelas muito bom, com excelente infra-estrutura, porém, do outro lado da ilha e leva um tempinho para se deslocar do aeroporto até ele.

Ao todo foram 07 dias de muito descanso, muito snorkeling, boa comida, e tranquilidade para recarregar as baterias. Nem preciso falar que apesar do preço em Euros, o lado francês era o que oferecia as melhores opções gastronomicas. Enquanto que no francês pudemos pagar pouco ao optar pelos Fast Foods típicos americanos. Até porque, com o dólar cada vez subindo mais e para manter nosso orçamento equilibrado tivemos que optar por comer nestas opções por alguns dias.

Sobre as praias, o lado francês oferece as mais belas. Meu destaque vai para Baie Orientale, Grand Case, Baie de Marigot, Baie Rouge e Baie Lounge. Porém, estas praias oferecem pouca infra-estrutura de atendimento de bares e restaurantes. Para alugar um par de cadeiras e guarda-sol pagamos em média 15 dólares. No lado holandês, além da praia do hotel, destacam-se Maho Bay, a famosa praia da cabeceira da pista do aeroporto Princess Juliana, cujos aviões passam a poucos metros da sua cabeça, isso mesmo, não era coisa de filme não. Além delas, Simpson Bay, Cole Bay Beach e Philipsburg Great Bay, o único problema desta praia é que muito próxima do porto onde param os navios de cruzeiros, logo, vira uma Praia Grande chique.

Enfim, se você pretende viajar ao Caribe, vá para St Maarten, sem medo. É uma excelente opção. Em meu próximo post começo a falar sobre a minha aventura mergulhando por lá, e em especial no Shark Dive, um dos melhores mergulhos de toda a minha vida.

Até a próxima!!!

Ao pousar um pouco da vista que nos aguardava

The Westin Dawn Beach

A praia do The Westin





Baie Rouge (lado francês)

Centro de Marigot (lado francês)

Vista do lado holandês

Vista da Philipsburg Great Bay


O pouso na pista do Princess Juliana Airport, passando pela Maho Beach

domingo, 8 de setembro de 2013

Saber abortar um mergulho é uma arte

Caros amigos,

O post de hoje é dedicado a falar sobre um ponto muito importante dentro do mergulho, é sobre abortá-lo em qualquer lugar ou situação que você esteja enfrentando.

Esta é uma das decisões mais difíceis para ser tomada. Muitas vezes somos levados a cancelar, ou segundo a linguagem da área "chamar um mergulho", por estarmos emocionalmente abalados, ou pelo excesso de confiança, prepotentes e arrogantes, ou mesmo por aspectos físicos como um enjôo, uma dor de cabeça. Mas saibam, esta é a melhor decisão que você deve tomar, pois, trata-se da sua vida.

Ao retornar ao barco ou comentar com amigos, uma das coisas que tão logo as pessoas pensam é em você ter "queimado dinheiro"  e de fato, você o faz, pois os custos para uma saída de mergulho são bem salgados e quando o cancela, seu dinheiro não é devolvido, você assume total responsabilidade. Mas este valor investido é nada perto da sua tão preciosa vida.

Quando estiver na água e não se sentir bem por alguma razão, não importa a profundidade, e estiver inseguro sobre o passo seguinte, não tenha dúvida, chame o mergulho. Eu mesmo já estou colecionando bons episódios onde abortei o mergulho. Na Laje de Santos em minha primeira vez (clique aqui para ler meu post sobre esta aventura), em um treinamento do Advanced na represa (leia o post clicando aqui), recentemente no Victory 8B em Guarapari (clique aqui e leia o post). Eu retornava ao barco puto comigo mesmo. As vezes com raiva de eu não ter enfrentado algum medo, frustado comigo mesmo por desejar tanto realizar determinado mergulho e a minha ansiedade ter me derrubado. Em muitos destes momentos eu conversava com meus instrutor, Cesar Gentile, para relatar o que houve e ele sempre me ajudou a refletir sobre a minha postura.

Ter passado por estas experiências foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Todas elas tem me colocado com os pés bem no chão durante a minha formação como mergulhador. Os mergulhos que fiz na sequência de cada episódio onde abortei, foram excelentes, pois estava mais seguro, melhor preparado para determinadas situações. E tudo isso tenho levado para a minha vida pessoal.

Mas, uma regra muito importante dentro do mergulho que aprendi e que levo para a minha vida profissional e pessoal é a famosa expressão "Rasgar o Samba". Quando um mergulhador abortar não se questiona, não se discute tal decisão. Ambos retornam para a superfície. Logo, certas decisões tomadas em grupo, mesmo que sejam contra a sua vontade, mas se forem um consenso desta turma, não se discute, seguimos alinhados.

Resumindo meus amigos, não tenham medo ou vergonha de abortar um mergulho. Melhor perder um do que vários!

Até a próxima!!!

domingo, 1 de setembro de 2013

A imbecilidade humana

Caros amigos,

Não poderia ficar calado, neste momento em que uma das maiores barbáries humanas está ocorrendo. Trata-se do aprisionamento e matança de golfinhos nariz-de-garrafa e baleias em Taiji, Japão. Este fato já foi denunciado no documentário vencedor do Oscar em 2012, The Cove (A Enseada), de Ric O’Barry, Louie Psihoyos e Jim Clark.

A Organização Não-Governamental internacional Sea Shepherd, está realizando um trabalho fundamental de monitoramento, denúncia e recrutamento de voluntários para que esta idiotice dos japoneses para agora.

Por isso decidi compartilhar no blog os links da Sea Shepherd para você acompanhar o que eles estão publicando no Facebook e a transmissão da barbaridade por livestream.

Ajudem a disseminar meus amigos, isso tem que parar já!

- Site da Sea Shepherd Brasil

- Site da Sea Shepherd Brasil The Cove Guardians

- Página da Sea Shepherd Brasil no Facebook

- Livestream da Sea Shepherd

Conto com vocês!!!

Até a próxima!!!



Uma inspiração de Jacques Cousteau

Caros amigos,

Hoje meu post é uma verdadeira inspiração. Muita calma nessa hora, não sou nenhum Gandhi, Buda. Na verdade decidi compartilhar aqui um texto do Jacques Yves Cousteau que li recentemente no livro do Alcides Falanghe, Ilha em Evolução.

Este texto foi uma verdadeira bomba na minha alma, ele expressou tudo o que tenho sentido com o mergulho. Foi tão inspirador que me ajudou a preparar o roteiro de uma apresentação que fiz recentemente no TEDxMaré.

“Quem somos nós? Como todos os seres humanos, nascemos no coração da mãe-terra. Temos braços e pernas. Respiramos oxigênio que entra em pequenos pulmões. Passamos grande parte de nossa vida na posição vertical, que nos dá uma maior autonomia e um maior conforto na terra. Mas analisando um pouco mais a fundo, alguma coisa nos faz diferentes. Nascemos com os olhos acostumados ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo abraço do mar. Somos homens e mulheres de espírito inquieto.  Buscamos na nossa vida mais do que nos foi dado. Passamos por grandes provas para aproximar-nos dos peixes. Transformamos nossos pés em grande nadadeiras, seguramos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos até a levar um novo pulmão em nossas costas. E tudo isso para quê? Para podermos satisfazer uma paixão. Um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma maneira, fomos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, de calma, de mistério, de respeito e de amizade. E esta calma e este silêncio nos fizeram esquecer da bagunça e da agitação do nosso mundo natal. O mistério envolveu nosso coração sedento de aventura. O respeito que aprendemos a ter pelos verdadeiros habitantes desse mundo, respeito esse que, só depois de ter sentido a inocência de um peixe, a inteligência de um golfinho, a majestade de uma baleia ou mesmo a força de um tubarão, pudemos compreender. E a amizade? Quando vamos até o fundo do mar, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos. Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo o que vimos, o que sentimos. E de duplas, passamos a ter equipes. E estas equipes passam a ser cada vez mais unidas. E assim entendemos que somos todos velhos amigos, mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior do que todos os outros que já encontramos. E isso faz de nós mais do que amigos, faz de nós mais do que irmãos. Faz de nós...mergulhadores.”

Espero que tenham se inspirado também.


Até a próxima!!!