Peço licença, mas hoje eu precisava colocar em texto uma parte das lembranças que guardo de meu querido pai, Odair Guggenberger, que nos deixou em outubro de 2004.
Meu pai é uma grande fonte de inspiração, talvez senão o maior, mas um dos grandes responsáveis pela paixão que estou cultivando sobre o mergulho.
Desde pequeno eu sempre convivia com suas nadadeiras, máscara e snorkel, pois ele adorava o mar, a água. Chegou a ser salva-vidas nas piscinas da gloriosa Portuguesa de Desportos. Sempre que eu o via nadando numa piscina, ou quando caia pro mar, eu sempre pensava "um dia quero nadar como ele". Quando criança, ele fazia questão de que a gente pudesse fazer natação no CAR, antigo clube dos funcionários e familiares do Banco Francês e Brasileiro, que ficava próximo de minha casa. E sei o quanto ele lutava para manter dentro do curto orçamento familiar o pagamento da mensalidade do clube para que eu e meus irmãos pudéssemos frequentar o clube e ter uma vida esportiva digna, e claro, uma de suas motivações era por ver a nossa alegria de brincar naquelas piscinas.
Lembro-me com carinho dos finais-de-semana, ou daquele mês de janeiro, que passamos em família na Praia Grande, num época em que a gente podia frequentar a praia sem se preocupar com a segurança ou com toda aquela lotação dos dias de hoje. E dentro destas lembranças poder caminhar ao seu lado e de meu avô João David Guggenberger. Aquelas longas caminhadas eram ricas de conversas e escutas sobre as histórias da família, momentos de transmissão de valores, algo que a nossa sociedade contemporânea está perdendo brutalmente.
Há um ano e meio atrás fiz meu primeiro mergulho. O local foi a Ilha Vitória no litoral norte de São Paulo (veja post sobre o check-out clicando aqui). E durante a descida, durante o trajeto eu me lembrava sempre do meu velho, que com toda a certeza se estivesse vivo seria o meu grande dupla, aquele com quem eu dividiria as belas aventuras e visões que tive em todos os mergulhos.
Sempre em todos os mergulhos eu me lembro de meu pai. As descidas para este mundo profundo e encantador, são momentos de conversas consigo mesmo, onde eu sempre falo comigo sobre lindas espécies que vejo e como ele ficaria encantado ao vê-las. Nos meus momentos de apuros sempre peço para que olhe por mim e me ajude a superar as dificuldades ou os meus medos.
Enfim meus amigos, há tempos eu sentia vontade de falar um pouco mais sobre as minhas referências, as minhas inspirações para o mergulho, e nada mais propício do que o dia de hoje, Dia dos Pais, para esta homenagem.
Até a Próxima!
Odair Guggenberger, meu pai, ídolo e inspiração
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